Ciclos de Mercado: A verdade sobre como a bolsa funciona

Quando você está comprando, os big players estão vendendo; quando você está vendendo, eles estão comprando: entenda porque tantos perdem e tão poucos ganham na bolsa aprendendo os ciclos de mercado

Ciclos de mercado são os movimentos que o mercado faz com certa constância de acordo com a atuação dos grandes investidores institucionais. Eles acontecem a todo momento, em todos os ativos da bolsa de valores e em qualquer periodicidade podem ser detectados. São razoavelmente previsíveis e, se bem identificados, podem ser usados para uma leitura assertiva dos gráficos, proporcionando boas oportunidades de trade.

Ciclos de mercado são compostos de cinco fases principais e muitas vezes elas são facilmente visualizadas no gráfico, validadas sobretudo pela leitura do comportamento do volume e, consequentemente da atuação dos big players, que são os responsáveis por essa movimentação e que têm comportamento diferenciado em cada fase.


O QUE SÂO OS CICLOS DE MERCADO?

Os ciclos de mercado são causados pelo que chamados de Investidores Institucionais, Big Players ou mesmo “dinheiro esperto”. Porém, podemos entender como eles investem e negociam para, assim, ficar ao lado deles, de acordo com o que estiverem fazendo.

Ao estudar essas grandes corporações, percebemos comportamentos em comum entre si quando se tratava de investimentos em ativos da bolsa de valores.

Eles compram nos movimentos de queda e vendem nos movimentos de alta. Quando todos estão desesperados vendendo ativos de boas empresas quando os preços estavam caindo, esses investidores atuam na compra. Parece ilógico! Quem em sã consciência compra algo que está desvalorizando?

E, quando todos estavam empolgados comprando ativos cada vez mais caros, esses grandes investidores passavam a vender, a distribuir ativos a preços cada vez maiores. Esse comportamento vem do grande volume com que esses investidores de grande porte precisam lidar.

Comprar 100 ações da Vale, por exemplo, é fácil. Comprar 10 milhões de ações da Vale é mais difícil. Como fazer isso sem elevar demais os preços? Por isso, esses participantes de maior porte precisam aproveitar os momentos em que o mercado dá liquidez naturalmente. E, por vezes, através da manipulação inteligente do fator volume, eles conseguem criar de propósito essas oportunidades.

As fases do ciclo de mercado são abordados no treinamento do Raio X Preditivo, no qual explicamos assim:

  • Absorção: é a fase inicial dos ciclos de mercado, em que os institucionais absorvem as agressões dos outros participantes menores, sejam agressões de compra ou de venda .
  • Acumulação: em que os investidores institucionais acumulam ativos (no fundo do mercado) ou distribuem ativos (no topo do mercado) .
  • Teste de oferta: em que os investidores institucionais verificam se o mercado está maduro, se (no fundo) a oferta se esgotou e (no topo) se a demanda se esgotou .
  • Spike: quando os big players passam a agredir. No topo, eles agridem as ofertas passivas de compra (vendendo agressivamente) e, no fundo, agridem as ofertas passivas de venda (comprando agressivamente). Esta fase é caracterizada por um movimento violento do preço do ativo .
  • Spike Chanel: quando o grande player já começa a se retirar do mercado, mas a tendência de alta e baixa permanecem, movendo-se por inércia pelos participantes mais fracos, com menor volume de negócios, portanto .


COMO OCORREM OS CICLOS DE MERCADO?

Mais importante do que saber as fases dos ciclos de mercado é entender como os investidores institucionais atuam em cada uma delas.

• Se há um movimento de alta é porque houve uma acumulação de ativos por parte dos institucionais anteriormente .

• Se há um movimento de baixa é porque houve uma distribuição de ativos por parte dos institucionais anteriormente .

Também é importante saber como o investidor institucional está atuando em cada fase dos ciclos de mercado. Não tanto se está vendendo ou comprando, mas se está vendendo ou comprando na absorção ou na agressão.

Diferença entre absorção e agressão nos ciclos

Um ativo tem ordens de venda a R$ 10,02, R$ 10,01 e R$ 10. Portanto, R$ 10 é a melhor oferta de venda.

O mesmo ativo tem ordens de compra a R$ 9,99, R$ 9,98 e R$ 9,97. Portanto, R$ 9,99 é a melhor ordem de compra.

Enquanto os vendedores das ordens de R$ 10 não aceitarem vender a R$ 9,99 ou os compradores das ordens de R$ 9,99 não aceitarem comprar a R$ 10, nenhum negócio acontece.

Digamos que alguns compradores, então, cedem e aceitam comprar o ativo a R$ 10. Dizemos que os compradores agrediram o preço de R$ 10. O vendedor vendeu de forma passiva. Note que a compra agressiva fez o preço do ativo subir. Enquanto houver ordens de venda posicionadas a R$ 10 e compradores dispostos a agredir esse preço, essa será a cotação do ativo. Se ainda houver demanda, se ainda houver compradores, quando os ativos a R$ 10 acabarem, eles terão agora que agredir o preço de R$ 10,01. E a cotação sobe mais uma vez.

Porém, agora que o preço chegou a R$ 10,01 e os vendedores a este preço acabaram, ninguém mais quer comprar. Não a R$ 10,02. Estes vendedores, se quiserem fazer negócio terão que aceitar vender a R$ 10,01, baixando o preço. Agora, temos uma venda agressiva. E, quando acabarem os compradores a R$ 10,01, os vendedores terão que aceitar agredir o preço de R$ 10.

E assim por diante. Note que são as agressões que movimentam o preço dos ativos.

Porém, os investidores institucionais em grande parte do tempo estão atuando na absorção.

Sim, quando todos estão loucos para vender porque os preços estão caindo, quando todos não aguentam mais ver o valor de seus ativos e de suas economias diminuindo, o investidor institucional “abre sua banquinha” e coloca a placa “pode vir que eu compro essas ações que não valem nada, eu faço esse favor pra você”. Eles compram os ativos passivamente. Eles precisam dessa liquidez gerada pelo medo, pelo desespero para “encher o carrinho”.

Quem são os institucionais e como eles conseguem controlar os ciclos de mercado dessa forma?

Os big players são aqueles participantes, que também podemos chamar de investidores institucionais que, através do seu poder financeiro, tecnologia e recursos humanos conseguem controlar o preço através do volume.

Pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, em 2011, descobriram que um número tão pequeno quanto 43 mil companhias são de fato representativas de todo capital mundial.

Essas 43 mil transnacionais têm em suas mãos quase que a totalidade de todo o dinheiro e crédito do mundo. Mas esses ainda não são os big players, aqueles que chamamos de institucionais.

A pesquisa do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça levantou ainda que, naquela época, 174 companhias, através de controle acionário, eram donas direta ou indiretamente de 40% das demais 43 mil. Ou seja: passados quase 10 anos desse levantamento é bem possível que essa concentração de capital esteja ainda mais densa. Pra fins didáticos, vamos imaginar que, atualmente, 100 delas têm 50% do capital mundial hoje.

Metade dessas 100, umas 50, tem intensa participação no mercado financeiro. Essas 50, em uma estimativa, são os grandes institucionais com que estamos lidando nas bolsas de valores: quase 90% do volume negociado nos mercados mundiais é de responsabilidade delas.


ENTENDENDO CADA FASE E SUAS CARACTERÍSTICAS NOS CICLOS

Agora vamos entender cada uma das fases dos ciclos de mercado usando, para isso, o ponto de vista dos institucionais e o comportamento do volume de ativos negociados, sejam eles ações, opções, contratos ou minicontratos futuros.

Absorção nos ciclos

Na absorção, os institucionais não agridem as ordens de compra e venda. Eles absorvem.

Na tendência de queda, eles absorvem as ordens de venda, comprando passivamente. Podemos entender que eles estão absorvendo o pânico.

Sim, os participantes menos fortes terão os seguintes comportamentos na tendência de queda:

  • Uns estarão desesperados, vendo seus ativos que compraram no topo do mercado, quando todos estavam eufóricos e comprando a qualquer preço, mesmo caro, desvalorizarem. Estão vendo seu patrimônio ser reduzido a cinzas e, agora, estão vendendo a qualquer preço. Tudo para parar de ver seu investimento perder valor .
  • Outros, mais afortunados, estarão abrindo posições de venda a descoberto, para aproveitar a tendência de queda, recomprando os ativos mais baratos. Se tiverem boas estratégias até conseguirão recomprar mais barato depois de um tempo, realizando lucro .

Como todos estão vendendo naturalmente, o institucional se aproveita dessa liquidez, posicionando ordens de compra limitadas, isto é... é como se essas ordens estivessem no book de ofertas paradas, só esperando para serem agredidas, consumidas pelo desespero dos vendedores. É como se o institucional estivesse fazendo um favor. Mas lembre-se: o institucional precisa aproveitar essa liquidez, pois ele necessita não de centenas de ações ou contratos, mas de milhares, talvez milhões. Ele está enchendo o carrinho, literalmente aproveitando a liquidação.

A absorção na tendência de baixa termina com o “desespero extremo”: quem não tinha vendido até agora vende. O volume é enorme, como se o mercado estivesse dando o último suspiro. O institucional absorve todas essas ordens de venda agressivas dos que estão “jogando a toalha”.

Na tendência de alta é o contrário, mas é absorção também: absorção das ordens de compra agressivas.

Na tendência de alta, os participantes menos fortes estarão empolgados e otimistas com a retomada dos preços cada vez mais altos e vão às compras. O mercado está num frenesi eufórico. Todos começam a entrar na bolsa de valores, até mesmo quem nunca tinha ouvido falar disso.

Nessa hora, tudo o que o institucional precisa fazer é “abrir sua banquinha” e esperar os compradores chegando com seu dinheiro para comprar ativos que estão cada vez mais caros. Não adianta ninguém avisar, dizer que os ativos já estão ficando caros demais. Os participantes mais fracos estarão no melhor estilo “Cale a boca e pegue meu dinheiro!”. Eles não sabem que são uma engrenagem útil dos ciclos de mercado. E o institucional “fazendo o favor” de fornecer os ativos que comprou lá embaixo, baratinho, dos eufóricos (que são os mesmos desesperados da tendência de queda). Ele está absorvendo as ordens de compra agressivas, como se fosse um vendedor que sequer precisa fazer propaganda de seu produto. Ele está absorvendo a euforia. Mais uma vez: ele precisa aproveitar esse sentimento: não precisa vender dois ou três minicontratos ou ações. Mas os milhões que comprou lá no fundo do mercado. Ficar com esses ativos todos quando a demanda se esgotar, quando os compradores começarem a perceber que foi má ideia, é burrice.

Finalmente, no fim da tendência de alta dos ciclos, atinge-se a euforia máxima: até quem nunca tinha ouvido falar da bolsa de valores, até os guardadores de carro, até a sua vovozinha de Taubaté começa a comprar ações. Os motivos podem ser vários: inflação, recordes do índice da bolsa, Selic baixando e todo o mundo tirando dinheiro da poupança. Nesse momento, há um pico de volume e o institucional absorve tudo o que é possível. Vende o máximo de ativos. Raspa o fundo do tacho.

Acumulação/Distribuição nos ciclos

A Acumulação e a Distribuição, dentro dos ciclos de mercado, têm a mesma ideia, embora uma seja um movimento de compra e outro um movimento de venda por parte do investidor institucional.

  • Acumulação: acontece depois da tendência de queda. O institucional já absorveu o pânico do mercado, enchendo o carrinho. Agora, o preço atingiu um valor que ele considera “justo”. A partir daí, ele continuará a acumular ativos. Por um lado, muitos dos outros participantes estão desconfiados e se retiram: afinal se tanta gente estava vendendo, por que alguém estaria comprando tanto? Por outro, através dos robôs HFT, algoritmos que posicionam grandes ordens de compra e venda de maneira mais discreta, dividindo-as em ordens menores e usados principalmente por institucionais, o mercado entra em equilíbrio. O preço passa a oscilar em uma faixa estreita de preço, lateralizando, formando um retângulo, um range. Neste momento, o institucional continua a acumular, comprando mais que vendendo. Está finalizando sua posição para a alta que virá em breve por sua própria atuação. O volume de negócios cai, mas ainda é suficiente para percebermos que há peixes grandes atuando.
  • Distribuição: depois da absorção vendedora das ordens de compra agressivas, por parte do institucional, vem a distribuição. Agora, o preço atingiu um valor que ele considera “justo”. A partir daí, o institucional continua a distribuir ativos. Por um lado, muitos dos outros participantes estão desconfiados e param suas compras: as ações não estariam muito caras? Por outro, através dos robôs HFT, os algoritmos que compram e vendem de forma automática, o mercado se equilibra na atuação discreta do institucional. Mas não se engane: o big player, o “homem composto”, continua a vender mais que comprar. Está distribuindo os ativos que vendeu lá embaixo. E só vai permitir que o mercado caia quando conseguir se livrar de tantos ativos quanto queira. Também percebemos um volume de negócios menor, mas suficiente para sabermos que há participantes importantes atuando. O preço oscila em uma faixa estreita, lateraliza, forma um retângulo ou range.

Teste de Oferta e Demanda nos ciclos

O teste de oferta após ou durante a distribuição dos ciclos e durante a acumulação dos ciclos funciona de forma similar, embora com sinais trocados.

  • Teste de oferta (pós ou durante a acumulação): o investidor institucional acumulou muitos ativos na acumulação dos ciclos. Com muitos ativos no carrinho ele tem o interesse de que o mercado suba e tem os recursos para desencadear essa alta. Porém, o mercado precisa estar de fato “maduro”. Esse participante precisa ter certeza de que: a) a oferta de ativos se esgotou, que ele raspou o fundo do tacho; b) não há outro participante forte atuando na venda, interessado em que o mercado caia ainda mais. Então, nesse momento, o institucional se retira do mercado. Notamos uma redução drástica no volume de negócios. Possivelmente, o preço volta para patamares mais baixos, chegando próximo de suportes de preço ou até os rompendo. Muito cuidado nessa hora: rompimentos de suporte podem ocorrer e chamar mais vendas pois diversos participantes fracos entendem isso como um sinal de que a tendência de baixa terá continuidade (armadilha de fundo). Porém, o volume fraco nos mostra que não haverá força suficiente para que o mercado caia. A falta de continuidade e o volume fraco mostram ao institucional (e a quem mais souber ler esses sinais) que o mercado está maduro e será dado o próximo passo, que é o spike.
  • Teste de demanda (pós ou durante a distribuição): o investidor institucional distribuiu muitos ativos. Com muitos ativos distribuídos a um preço caro ao mercado, ele tem o interesse de que o mercado despenque e tem os recursos para desencadear essa queda. Porém, o mercado precisa estar de fato “maduro”. Esse participante precisa ter certeza de que: a) a demanda por ativos se esgotou, que ele vendeu tudo o que podia; b) não há outro participante forte atuando na compra, interessado em que o mercado suba ainda mais. Então, nesse momento, o institucional se retira do mercado. Notamos uma redução drástica no volume de negócios. Possivelmente, o preço volta para patamares mais altos, chegando próximo de resistências de preço ou até as rompendo. Muito cuidado nessa hora: rompimentos de resistência podem ocorrer e chamar mais compras pois diversos participantes fracos entendem isso como um sinal de que a tendência de alta terá continuidade (armadilha de topo). Porém, o volume fraco nos mostra que não haverá força suficiente para que o mercado caia. A falta de continuidade e o volume fraco mostram ao institucional (e a quem mais souber ler esses sinais) que o mercado está maduro e será dado o próximo passo, que é o spike.

Spike nos ciclos

O Spike é o momento em que o investidor institucional ou mesmo OS investidores institucionais em atuação provocam o “estouro da boiada” ou o “rompimento da represa”. Como eles fazem isso. Depois da acumulação e da distribuição, o processo é o mesmo, embora com os sinais trocados.

  • Spike depois da acumulação: precisamos lembrar que primeiro o institucional absorveu o pânico, fazendo compras passivas, permitindo que suas ordens fossem agredidas a preços cada vez mais baixos. Depois, durante a acumulação ele continuou a encher o carrinho a um preço mais ou menos constante. Verificou, com o teste de oferta se o mercado estava maduro, se o fundo do tacho havia sido raspado. Agora, ele continuará a comprar, mas de forma agressiva. Agora é o institucional que agride os preços de venda, buscando valores cada vez mais alto (lembre-se, vendedores querem vender pelo preço mais alto possível), esgotando a oferta a patamares cada vez mais elevados. Quem vendeu no fundo, se arrepende e decide que quer voltar para o mercado. Quem abriu posições vendidas, começa a entrar no prejuízo e precisa encerrar as operações. Operações vendidas se encerram com compras, o que aumenta a demanda. Arrependidos e traders no prejuízo, então, aumentam a demanda, o que faz o preço subir mais ainda. Nesse momento, o institucional não precisa mais comprar agressivamente. Ao contrário, ele passa a vender passivamente todos os ativos que comprou barato e, sem que ele precise fazer mais qualquer esforço a cotação começa a subir. O mercado volta a ficar incrivelmente otimista.
  • Spike depois da distribuição: precisamos lembrar que primeiro o institucional absorveu euforia, na absorção que sempre vemos nos ciclos, fazendo vendas passivas, permitindo que suas ordens fossem agredidas a preços cada vez mais altos pelos compradores otimistas. Depois, durante a distribuição ele continuou a esvaziar o carrinho a um preço mais ou menos constante. Verificou, com o teste de demanda se o mercado estava maduro, saciado. Agora, ele continuará a vender, mas de forma agressiva. Agora é o institucional que agride os preços de compra (lembre-se, compradores sempre querem comprar pelo preço mais barato possível), buscando valores cada vez mais altos, esgotando a demanda a patamares cada vez mais inferiores. Quem comprou no topo, se arrepende e decide que quer sair do mercado. Quem abriu posições compradas, começa a entrar no prejuízo e precisa encerrar as operações. Operações compradas se encerram com vendas, o que aumenta a oferta de ativos. Arrependidos e traders no prejuízo, então, aumentam a oferta, o que faz o preço subir mais ainda. Nesse momento, o institucional não precisa mais vender agressivamente. Ao contrário, ele passa a comprar passivamente todos os ativos que vendeu caro e, sem que ele precise fazer mais qualquer esforço, a cotação começa a cair. O mercado volta a ficar incrivelmente pessimista e culpa alguma notícia pelo fato (Corona vírus? Eleições? Guerras? Você escolhe... mas o fato é que todas essas notícias, são só desculpas oportunas).

Tanto no Spike de alta quanto no Spike de baixa, o que observamos é uma pancada: no spike de alta um deslocamento forte do preço, com alto volume, para cima e, no spike de baixa um deslocamento forte do preço, com alto volume para baixo. Claro sinal do institucional consumindo, para um lado, a demanda e, para o outro, consumindo a oferta.

Spike Channel nos ciclos

O spike channel, por sua vez, é uma continuidade do spike. Se tivemos, antes, um spike de alta, teremos um spike channel de alta. Se tivemos, antes, um spike de baixa, teremos um spike channel de baixa.

O spike channel é como se o mercado tivesse pegado embalo no spike inicial, como um fidget spinner que só precisa de um “peteleco” para começar a girar sozinho durante algum tempo. Nesse momento, vemos uma redução de volume de negócios, mas o institucional ainda está presente, distribuindo ou acumulando ativos, conforme o caso, na alta e na queda, respectivamente.

• Conheça o treinamento que vem mudando a forma das pessoas enxergarem o mercado. Entenda como identificar todas as fases do mercado.


ENTENDENDO OS MOVIMENTOS FORMADOS DENTRO DOS CICLOS

Observando e entendendo essas fases dos ciclos de mercado percebemos que a maior parte dos fundos e topos do mercado são, em sua maioria se não todas as vezes, formados de acordo com o interesse institucional.

Muitas pessoas consideram que notícias e acontecimentos econômicos e políticos motivam a formação desses fundos, mas se estivermos atentos aos volumes de negócio na bolsa, entendemos que nada acontece com o preço dos ativos se não houver interesse dos big players.

Ignorar isso é ignorar a força que podem ter pouco mais que 100 empresas que dominam metade do capital mundial. Dinheiro é uma forma de energia e aqueles que a dominam, sem dúvida, controlam o funcionamento do mundo financeiro.


QUAIS INDICADORES ME AJUDAM A SE POSICIONAR NOS CICLOS DE MERCADO

Se você leu com a devida atenção cada uma das fases dos ciclos de mercado, verificamos a importância de saber como os investidores institucionais se posicionam. E também entendeu que esse posicionamento é detectável através do comportamento do volume de negócios. Apenas investidores institucionais e sua atuação, sua presença no mercado, provocam certos volumes de ativos negociados.

Para isso, precisamos de indicadores especialmente pensados para ter essa leitura.

O Raio X Preditivo tem as ferramentas corretas para termos esse nível de interpretação:

  • Sato’s Force Histograma: dá a leitura do volume acumulado a cada pernada de alta e de baixa. Dessa forma temos uma leitura da força de uma tendência de alta e de baixa nos ciclos, se os institucionais estão mais presentes nos momentos em que o mercado sobe ou se o mercado desce, se o volume está crescente nas pernadas de alta e de baixa ou decrescente (indicando uma perda de “combustível”) .
  • Sato’s Result: mostra o quanto o mercado se desloca a cada pernada de alta ou de baixa a cada momento dos ciclos. Nem sempre um volume alto em uma pernada indica força. Por exemplo, se há um grande volume num movimento de alta e, ainda assim, o preço se deslocou pouco, significa que há algum participante absorvendo aquele esforço, o que significa que um grande esforço não está dando um resultado equivalente (talvez um participante mais forte não queira que o preço se desloque) .
  • Sato’s Bar: através de um sistema de cores que vai do azul (baixíssima presença institucional) ao vermelho (presença institucional ultra-elevada) sabemos a cada candle/barra o nível de volume de negociações .
  • Sato’s Defense: através da média do preço ponderada pelo volume, sabemos o preço médio dos institucionais e do mercado como um todo a partir de um topo ou de um fundo. Assim, temos suportes e resistências dinâmicos que poderão vir a ser defendidos pelos big players que estão comprados ou vendidos .
  • Sato’s Market Profile: neste indicador temos uma leitura de volume a cada nível de preço. Assim, sabemos a que faixa de preços a maior parte dos negócios aconteceu. Como muitos ativos foram comprados e vendidos nessa faixa de preço, essa região não só será defendida, como também o preço tenderá sempre a buscá-la: seja a do pregão atual ou a de pregões anteriores .
  • Sato’s Stop or Move: única ferramenta do Raio X Preditivo mais voltada para o preço (mas que só é validada a partir da leitura do volume, através das outras ferramentas). A partir dos estudos de Fibonacci e Elliot, essa ferramenta aponta os prováveis pontos de decisão dos big players .

Note que nenhum desses indicadores dá “chamadas” para compra e venda. Eles dependem de uma leitura ativa e inteligente do trader que, assim, precisa tomar suas decisões ativamente dentro dos ciclos de mercado.

Conheça o treinamento que vem mudando a forma das pessoas enxergarem o mercado. Entenda como identificar todas as fases do mercado.


COMO IDENTIFICAR OPORTUNIDADES DE GANHO NOS CICLOS

Os ciclos de mercado, obviamente, nos apresentam diversas oportunidades de compra e venda.

Obviamente, para nós, as melhoras oportunidades estão naquilo que, no Raio X Preditivo, chamamos de zonas saudáveis de trade: aquelas em que o risco é pequeno e a probabilidade de lucro é grande.

Isto é: se perdemos, perdemos pouco dinheiro; se ganhamos, ganhamos muito dinheiro.

Qual a melhor hora para entrar nos ciclos

Quanto mais rápida uma operação é e quanto maior o seu lucro depois de sua duração, melhor.

Portanto, o melhor momento de entrar em uma operação é em uma pancada para cima, na compra. Ou em uma pancada para baixo, na venda, lucrando com a queda.

Esse momento seria o spike: de fato, o spike nos dá stops de proteção curtos (perdemos pouco dinheiro se a operação dá errado) e grandes lucros.

Porém, o Raio X Preditivo

Qual a melhor hora para sair nos ciclos

Muitas metodologias dizem que você deve ficar na operação até que se atinja o objetivo de lucro ou de prejuízo previamente programado, para garantir uma certa disciplina e uma relação de ganho que pode ser de 1 para 3, por exemplo. Quer dizer, quando eu levar prejuízo, perco, por exemplo, R$ 100. E, quando ganhar, ganho R$ 300. Isso, em tese garantiria um saldo positivo em uma margem de acerto de 50% dos trades.

No Raio X Preditivo, não acreditamos nisso.

Sim, sempre deixe seus stops de proteção posicionados para o caso de uma pancada muito forte para qualquer um dos lados. Não vale a pena arriscar.

Mas, acompanhando o fluxo de ordens, o volume de ativos negociados em cada momento dos ciclos, podemos detectar o fim da operação antes mesmo de ela chegar ao nosso prejuízo máximo. Ou antes mesmo de ver o preço voltar e devolver todo o dinheiro que poderíamos ter ganho.

Através da observação do volume podemos encerrar uma operação antes de ela chegar ao stop loss ou stop gain, sem a culpa de acharmos que “pecamos contra a disciplina do trade”.

A metodologia favorece o reposicionamento do stop de proteção para regiões em que ainda há lucro, as realizações parciais garantindo o lucro e até a permanência na operação que, em tese, já teria atingido o objetivo, caso assim o volume permita: porque sair da operação se o volume diz que a tendência de alta ou de baixa vai continuar? Faça realizações parciais e continue a surfar enquanto as ondas do Sato’s Force Histograma permitirem!


COMO O RAIO X PREDITIVO PODE TE AJUDAR NOS CICLOS

O Raio X Preditivo é uma metodologia, um treinamento, que sistematiza a Nova Análise Técnica e ajuda o entendimento dos ciclos.

A Nova Análise Técnica, por sua vez, prioriza a leitura do volume frente à leitura do preço.

No entanto, diversas metodologias disponíveis no mercado ainda estão presas ao preço, aos seus padrões (linhas de tendência, suporte, resistências) e indicadores dele derivados.

Para o Raio X Preditivo, o volume é a causa dos movimentos do preço. Os movimentos do preço, dentro dos ciclos de mercado, são tão somente efeitos.

Ora, se lemos as causas, que sempre virão antes dos efeitos, temos a oportunidade de nos adiantarmos e nos posicionarmos adequadamente a esses efeitos, em operações em zonas saudáveis de trade que ocorrem a todo momento nos ciclos.

Essa leitura do volume é dada através de conceitos e ferramentas presentes no Raio X Preditivo. Os conceitos dão o entendimento de como o volume influencia o preço. As ferramentas dão a aplicação prática, simples e intuitiva, dentro dos gráficos dos ativos da bolsa de valores desses conceitos.

O Raio X Preditivo também pode ser encarado como o estudo do comportamento e da atuação dos grandes investidores institucionais, já que esses são responsáveis por 80% e possivelmente mais do volume de negócios da bolsa de valores.

CONCLUSÃO SOBRE OS CICLOS

Os ciclos de mercado são um conceito básico do Raio X Preditivo, que acontecem todos os dias nas bolsas de valores de todo o mundo.

O entendimento dos ciclos de mercado são a base desse treinamento. A partir dele, é possível ter uma outra visão sobre o funcionamento da bolsa de valores que, por si só, evita muitos problemas, por exemplo, entrar no mercado no momento em que se está fazendo um topo.

Conjugando esse entendimento com o uso das ferramentas do Raio X Preditivo, temos uma chance maior de encontrar pontos de trade saudáveis, boas oportunidades com baixo risco e alta probabilidade de ganho.

E essa é só a ponta do Iceberg. O Raio X Preditivo tem muitos outros conhecimentos dos quais você pode tirar proveito.

Escrito por Luiz Sato

Segundo Sato sua missão é transmitir conhecimento avançado aos traders brasileiros para aplicarem as metodologias e as ferramentas disponibilizadas ao seus alunos aumentando as probabilidades de ganhos nos mercados que são altamente competitivos e dominados principalmente pelos HFT´s (Robôs de alta frequência).

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Comentários

Ricardo Inoue09/07/2020

Parabéns Sato! Muito didática essa explicação, acompanhando junto com as aulas práticas consigo entender tudo!