Spike: a arrancada do preço na bolsa

Aprenda o que é o spike na bolsa de valores e aprenda onde o dinheiro rápido está

Spike é uma das cinco fases do ciclo de mercado e é um dos momentos em que, se o trader tiver uma boa leitura de mercado, ele pode ganhar mais dinheiro e rapidamente, pois é quando o preço de um ativo se move com grande força e velocidade em uma direção.

Se o preço faz um spike de alta (para cima). devemos nos posicionar com antecedência na compra. Se o preço vai fazer um spike de baixa, devemos nos posicionar com antecedência na venda. Mas não dá para “adivinhar” quando isso acontece. É preciso conhecer as fases do mercado e ter uma leitura adequada do volume de negócios.

Podemos errar o momento ou a direção do spike? Sim. Mas acontece que usando-se o método Raio X Preditivo podemos prevê-lo com mais probabilidade de acerto e, em caso de erro, a assimetria de risco é favorável: estamos arriscando pouco para ganhar muito (pois o spike é um movimento violento em uma determinada direção.

Spike, como já expliquei é uma das cinco fases dos ciclos de mercado e é possível identificá-lo em todos os gráficos de ativos negociados em qualquer mercado e em qualquer tempo gráfico.


O QUE É UM SPIKE

O spike é uma das fases do mercado. Não abordaremos todas neste artigo, mas preciso explicar rapidamente o que é cada uma das cinco para que entendamos o contexto em que ele se encontra. Vamos explicar as fases que antecedem um spike de alta, num contexto que se inicia com o mercado em queda. Para entender um spike de baixa basta inverter o raciocínio.

1. Absorção: o mercado está em queda. Os participantes fracos estão assustados, apavorados até. Estão vendendo e encerrando suas posições compradas a todo custo, com medo de perder ainda mais dinheiro. Alguns estão abrindo posições vendidas, para ganhar seguindo a tendência. Enquanto isso, os investidores institucionais (aqueles que vão provocar o spike, mais tarde), também conhecidos como big players absorvem essas ordens de venda, comprando passivamente. Os big players compram quando o preço está caindo? Sim. Parece um contrassenso, mas eles precisam fazer isso pois precisam comprar muitos ativos, afinal estão lidando não com milhares de reais, mas milhões e às vezes bilhões. O desespero dos participantes fracos dá liquidez em ativos e os big players podem comprar bons ativos a preços cada vez mais baixos. Não poucas vezes, a absorção (lembre-se: os institucionais estão absorvendo as vendas movidas pelo pânico) termina com um ou mais candles de alto volume que é o que chamamos de “desespero extremo” quando a maioria dos comprados joga a toalha. É como se o mercado tivesse um último espasmo antes de entrar na fase seguinte.

2. Acumulação (no caso de o movimento anterior ter sido de alta chamamos de distribuição): depois do espasmo do desespero extremo, a oferta (os participantes fracos) venderam tudo o que tinham em ações. Oferta e demanda entram em equilíbrio relativo. Mas os big players precisam acumular mais ativos. Então, ainda que haja vendas, eles continuam comprando. Não o suficiente para fazer o mercado subir devido a um aumento da demanda. Nem tão pouco que permita que o mercado volte a cair devido a uma maior força vendedora diante da compradora. Como o mercado entre em equilíbrio, ele vai lateralizar. No gráfico, será formado um range, ou um retângulo que pode se prolongar por um tempo mais ou menos longo, horizontalmente. Mas não se engane: embora o volume de negócios seja menor nesse momento, como essa fase se prolonga por um bom tempo, muito dinheiro troca de mão e, muitas vezes, nesses ranges se somados os negócios, o volume é gigantesco. É como se fosse uma represa segurando uma grande energia potencial em volume.

3. Armadilha de fundo (se o movimento que iniciou o processo foi de alta teremos uma armadilha de topo): nesse momento o big player (ou os big players) tira o time de campo. Não ele não desistiu. A armadilha tem diversos motivos para acontecer. Como com a saída do big player a liquidez é reduzida fica fácil para outro participante com força o suficiente entrar na venda e jogar o preço ainda mais para baixo. Se nenhum participante entrar em jogo com esse interesse, o mercado está maduro e está pronto para o spike. Com a saída do big player, é possível que o range da acumulação seja rompido para baixo. Na análise técnica clássica, o rompimento de um range indica que o preço irá naquela direção, portanto, supostamente, haverá continuidade da queda. Isso chama mais vendas e o big player aproveita esse momento não só para, com compras, segurar o preço como para acumular um pouco mais de ativos. De qualquer modo, a armadilha pode ser identificada por um volume de negócios pouco expressivo.

4. Spike: se a armadilha de fundo e o teste de demanda foram bem-sucedidos é bem provável que o spike esteja para acontecer. Talvez, antes, tenhamos novas armadilhas de fundo. É preciso estar atento ao volume. Agora imagine a situação. Temos muitos participantes vendidos (isto é, que abriram operações esperando a queda) e muitos participantes que se desfizeram de seus ativos por preços que são uma fração pelo que pagaram quando o mercado estava no topo. Como o mercado está “maduro”, agora o big player recomeça a comprar em grande volume, porém, não passivamente. Agredindo as ofertas de venda a preços cada vez mais altos, esgotando essas ofertas a cada tick acima. O aumento da demanda, causado propositadamente, causa a alta do preço de acordo com essa dinâmica. Quem abriu posições vendidas durante a queda (absorção) precisa realizar seus lucros; quem abriu posições vendidas durante a acumulação, precisa encerrar suas operações pois está ficando no prejuízo; quem abriu na armadilha de fundo, pior ainda, também.... quem se desfez de suas ações durante a queda se arrepende e entende que talvez seja a hora de recuperar o prejuízo. Todos esses comportamentos geram mais compras. Mais compras, mais demanda. E facilmente, as ofertas de venda que já estavam escassas são consumidas a preços cada vez mais altos. A essa altura, o big player já não precisa mais comprar ativos para fazer ele subir: É ELE QUEM ESTÁ VENDENDO PASSIVAMENTE (SEM FAZER FORÇA) OS ATIVOS QUE COMPROU BARATOS DURANTE A QUEDA (ABSORÇÃO) E DURANTE O RANGE DE ACUMULAÇÃO. E a preços cada vez mais altos.

5. Spike Channel: neste exemplo, o spike channel ainda é um movimento de alta, mas menos acentuado que o spike. O mercado continua a subir, mas sem o empurrão do ou dos big players. Os outros participantes continuam a comprar, empolgados pelo movimento. É bem possível que o big player continue distribuindo os ativos que comprou barato lá embaixo. É como se fosse um movimento de inércia depois da pancada que o mercado levou lá embaixo (a roda de uma bicicleta continua a rodar, mesmo depois que paramos de pedalar).

E o ciclo agora talvez se repita, mas no sentido contrário. Haverá um momento de euforia máxima, vai se formar um range onde o big player distribui os ativos que comprou lá embaixo, haverá uma armadilha de topo e, novamente, um spike, mas, agora, para baixo, com o big player vendendo agressivamente.


QUAIS MOTIVOS FORMAM A AGRESSÃO DO SPIKE

Para entender o spike, quero usar um exemplo de uma queda de braço entre um lutador mais forte e também mais experiente e um mais fraco e com menos manhas do que está envolvido nesse jogo.

No momento da acumulação, o jogador mais fraco (todos os outros participantes do mercado ao mesmo tempo) acredita que pode vencer o jogador mais forte (o big player). Afinal, ele já conseguiu empurrar o braço do outro até metade do caminho para vencer (isso foi a absorção). Agora ele está fazendo muita força para completar o caminho para vencer. Mas... o braço do outro parou! Parece que virou uma rocha.... não é possível baixar o braço mais do que aquilo.

O jogador mais forte não está nem suando.

Enquanto isso, o mais fraco está suando, empurrando, puxando, fazendo caretas, berrando.

O que o jogador mais forte está fazendo é esgotando a oferta, fazendo o adversário cansar até que não seja preciso fazer força para vencer.

Finalmente, quando ele percebe que seu adversário está bem cansado, ele usa um último truque, deixa o seu braço ceder repentinamente: a armadilha de fundo.

O mais fraco vê o braço do outro quase encostar na mesa, o que lhe daria a vitória, mas sua musculatura já cansada, nesse momento relaxa.

E o jogador forte vê que é a hora: aproveita esse momento para num impulso só jogar o braço do outro, mais fraco e já esgotado, do outro lado da mesa, tudo de uma vez, com um baque estrondoso, quase tirando os ossos do perdedor da articulação.

O perdedor está humilhado, cansado, esgotado. O vencedor nem está suando e vai ganhar todos os louros da vitória.

Isso acontece a toda hora no mercado.

Agora, se você estivesse assistindo a essa partida, sabendo o que você já sabe, em que jogador você apostaria?

E sabe o que a maioria das pessoas fazem quando entram na bolsa? Apostam no lutador mais fraco.


COMO GANHAR COM UM SPIKE

Obviamente, a melhor maneira de se ganhar dinheiro com um spike é se posicionar pouco antes de ele acontecer. Na pior das hipóteses, imediatamente quando ele se inicia.

Para fazer isso, precisamos saber ler, mais do que o preço dos ativos, o volume de negócios dos ativos.

Precisamos conhecer as fases do mercado e suas características. Também devemos saber que nem sempre um ativo apresenta todas as fases: o que interessa aos investidores institucionais, acima de tudo é comprar quando todos estiverem vendendo, dando liquidez em ativos, e vender quando todos estiverem comprando, dando liquidez em dinheiro.

Para perceber essa dinâmica, precisamos de conceitos de Nova Análise Técnica (que privilegia o estudo do volume e do comportamento institucional) e ferramentas adequadas (indicadores) para colocar todos esses conhecimentos em prática, diretamente no gráfico, de forma simples, intuitiva e imediata.

Mesmo com todos esses recursos, nem sempre detectamos um spike com sucesso. Mas a questão aqui é que, com todos eles, podemos ter esse sucesso com maior frequência. Porém, o principal é a assimetria de risco: o spike é um deslocamento violento, de grandes dimensões e volume. E se ele não acontece, o deslocamento é pequeno no sentido oposto. Ou seja: arriscamos pouco pela possibilidade de ganhar muito (e considere que com todos os conceitos e ferramentas, a possibilidade de acertar é maior). Seu stop loss é curto e seu stop gain é longo.


CONHEÇA O RAIO X PREDITIVO

O Raio X Preditivo é uma metodologia que sistematiza a Nova Análise Técnica em conceitos e ferramentas.

A Nova Análise Técnica é o modo de ler o mercado que considera o preço como mero efeito do volume, que é a causa do movimento do preço. Se lemos as causas, podemos nos adiantar aos efeitos, que é onde o lucro está.

Os conceitos do Raio X Preditivo são todos voltados para o volume e para o comportamento institucional, coisas como as fases do ciclo de mercado (que inclui o spike).

As ferramentas são os indicadores Sato’s, que colocam os conceitos para funcionar na prática de forma simples, rápida e intuitiva diretamente para o gráfico.

Como mais de 80% do volume do mercado é de responsabilidade dos investidores institucionais, podemos considerar que o Raio X Preditivo também é o estudo do comportamento e da atuação dos big players, que são os participantes que têm melhor leitura de mercado e mais condições de influenciar o preço de um ativo quando lhes é adequado e estratégico.

Desse modo, escolhemos parceiros fortes para nossas operações – os big players – e encontramos o que chamamos, no gráfico, de regiões de trade location.

Regiões de trade location têm as seguintes características:

• Nelas encontramos parceiros fortes para nossas operações

• A assimetria de risco é boa: possibilidade de ganhar muito arriscando pouco

• A taxa de acerto das operações tende a ser maior

CONCLUSÃO

O spike é apenas uma das cinco fases dos ciclos de mercado. Ele só pode ser entendido em conjunto com as outras quatro e sempre num contexto em que o volume tem papel preponderante na interpretação.

Só conseguimos ler os ciclos de mercado adequadamente a partir de conceitos e ferramentas pensadas para isso, unidas numa metodologia de aprendizado e de operação especialmente pensada para o funcionamento real do mercado.

Não se trata de uma fórmula mágica ou de uma receita de bolo, mas entendimento de fato do que acontece nas bolsas de valores.

O ciclo de mercado e o spike são apenas alguns dos conceitos que você aprende no Raio X Preditivo, uma metodologia que lhe dá um arsenal de meios para a tomada de decisão de acordo com a realidade dos negócios na bolsa.

Escrito por Luiz Sato

Segundo Sato sua missão é transmitir conhecimento avançado aos traders brasileiros para aplicarem as metodologias e as ferramentas disponibilizadas ao seus alunos aumentando as probabilidades de ganhos nos mercados que são altamente competitivos e dominados principalmente pelos HFT´s (Robôs de alta frequência).

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Comentários

Paulo Victor Vieira da Silva14/01/2021

Muito bom seus textos... Algum dia pretendo fazer o curso... Muito obrigado por compartilhar o conhecimento