Teste de Demanda: ATENÇÃO depois disso o mercado despenca

Quando os big players fazem um teste de demanda estamos a um passo de ver o mercado despencar

Teste de demanda é uma das cinco fases do Ciclo de Mercado, um dos conceitos fundamentais da Nova Análise Técnica sistematizada através do treinamento Raio X Preditivo, fruto dos estudos de quase 30 anos do trader Luiz Sato.

Durante o Raio X Preditivo, aprendemos que as fases do Ciclo de Mercado, que detalharemos mais adiante, são as seguintes:

• Absorção: o começo do ciclo de mercado em que os investidores institucionais compram passivamente durante uma queda ou vendem passivamente em uma alta

Acumulação/Distribuição: preparando o bote do ciclo de mercado: quando os institucionais compram em uma lateralização no fundo ou vendem numa lateralização no topo

• Teste de oferta/Teste de demanda: quando os institucionais se retiram do mercado para testar a presença de algum participante forte contra sua posição

• Spike: depois de um teste de oferta ou teste de demanda bem sucedido, este é o ataque do ciclo de mercado, movido pela atuação agressiva dos investidores institucionais

• Spike Channel: quando a tendência anda por inércia com menos participação institucional que já estão se preparando para distribuir, se estivermos no topo, ou para acumular, se estivermos em um fundo

O Teste de Demanda acontece quando, depois de ter distribuído ativos no topo do mercado, os big players se ausentam do mercado de propósito. Esses investidores profissionais querem testar se não há um participante de igual ou maior calibre com capacidade pra dar sequência à alta que, até então, vínhamos tendo.

Essa continuidade da alta se dá pelo aumento da demanda. Uma demanda maior de qualquer ativo naturalmente faz os preços subirem. Pra entender isso basta pensar em qualquer produto da moda: veja como os preços são altos quando esses produtos estão na moda e com pouca oferta e, depois, quando esses produtos estão sendo vendidos até no camelô da esquina, os preços caem.

O institucional até então em atuação naquele ativo, se não entrar ninguém comprando forte, terá condições, então, depois de ter vendido passivamente – em linguagem popular, desovado – os ativos que comprou em grande quantidade enquanto os preços estavam cada vez mais altos.

Isso significa que, se não entrar ninguém forte na compra e o preço do ativo em questão se mantiver num patamar sem sustentação profissional, está na hora de provocar uma forte queda através de vendas agressivas. Ele vai lucrar ou porque suas vendas significam posições vendidas (que lucram com a queda) ou, então, voltando a comprar quando os preços estiverem cada vez mais baixos.

Veja o que você vai aprender sobre o Teste de Demanda:


O QUE É O TESTE DE DEMANDA?

Só conseguimos entender o Teste de Demanda se o fizermos a partir de todo o contexto do ciclo de mercado.

Absorção

Vamos imaginar que a bolsa de valores como um todo ou um ativo específico está tomado por um clima de euforia: os preços sobem, recordes de cotação são batidos e o mercado ou o ativo específico começa a chamar a atenção não só de participantes de maior porte como do público em geral. Sabe aquele momento em que todos começam a falar de bolsa e colocar o dinheiro nela? É desse momento que eu estou falando.

Então, nesse cenário, todo o mundo começa a comprar ações, contratos futuros e outros ativos negociados na bolsa, pensando que é a melhor maneira de enriquecer facilmente. Isso gera liquidez para o mercado. Os big players, que também chamamos de investidores institucionais se aproveitam disso para vender ativos com preços cada vez mais alto. Fazem isso passivamente... é como se fosse um “produto” tão bom que não precisa nem fazer força pra vender, nem fazer propaganda. E os preços continuam a subir porque a procura é grande.

Na verdade, esses institucionais estão começando a se desfazer das posições que compraram lá embaixo, no fundo do mercado, quando todos estavam bem pessimistas.

Esta é a fase conhecida como Absorção. Pode causar confusão a denominação porque os institucionais estão se desfazendo dos ativos. O termo Absorção se refere, no entanto, ao fato de que os big players estão absorvendo a demanda: “Quer comprar? Eu tenho aqui!”

Isso vai contra o senso comum dos investidores pessoa física: os institucionais estão vendendo quando o preço está cada vez mais alto!! Mas é assim que acontece, pois os problemas dos big players são outros. Como se desfazer de posições enormes de ativos sem causar a queda de preços? Tem que aproveitar um movimento natural de alta e uma alta demanda pra isso. Por isso os institucionais vendem durante a alta. Enquanto isso, nós, meros mortais, que não precisamos de uma alta liquidez, e sempre encontramos alguém querendo comprar e vender apenas 100 ações da empresa XYZ, só estamos preocupados se o preço vai subir ou descer no período de tempo em que operamos.

Euforia Máxima

No final dessa alta, é possível que ocorra o que chamamos de Euforia Máxima. É aquele instante, mais ou menos curto, em que ninguém quer ficar de fora dessa “maravilha” que é a bolsa de valores. Quem estava de fora entra, porque não quer perder a oportunidade.

E, surpresa... é nessa hora que a ação ou a bolsa como um todo começa a lateralizar ou até mesmo a cair sem nem lateralizar. É um “espasmo” e, a partir dele, a demanda entra em equilíbrio com a oferta...

Distribuição

Na fase da Distribuição, veremos a lateralização do preço. Nem sempre a lateralização acontece. Às vezes o preço despenca mesmo, sem nem avisar.

Mas se a Distribuição clássica acontecer, o preço atua em um “range” ou retângulo mais ou menos estreito durante um tempo. O preço nem sobe nem cai. Alguns participantes compram, apostando na continuidade da alta. Outros começam a vender achando que vai cair. Mas estes times estão equilibrados e, na verdade, o preço não sai do lugar.

Mas uma coisa é certa: os institucionais, nesse momento, estão aproveitando para continuar a distribuir seus ativos. Sim, eles continuam a vender. Quando mais posições vendidas abertas, a partir de agora, melhor para a fase que virá a seguir. Imagine uma represa enchendo de tal forma que, quando a barragem rompe, é água para todo lado. Quanto mais longa a distribuição, maior o potencial de estrago. Estrago pra quem está comprando, ainda, na empolgação. Porque, quem estiver vendendo, como os big players só terá alegria.

Mas o big player não faz nada sem antes fazer um ou mais testes de demanda.

Teste de Demanda

O Teste de Demanda consiste simplesmente em um momento em que o big player em atuação se retira do mercado. Isso faz secar a liquidez. Só os peixes pequenos estão atuando. O volume de negociação se reduz. Num cenário assim, fica fácil para qualquer participante forte que queira movimentar o mercado para qualquer um dos lados, para cima ou para baixo, agredir respectivamente na compra ou na venda para mover o preço na direção que desejar. Se um participante forte quiser empurrar o mercado para cima basta entrar comprando e o mercado subirá.

Pode ser que, nessa hora, o preço até suba sem dificuldades. Talvez até rompa o topo anterior. Talvez depois de ter caído um pouco retorne à lateralização mais acima, dando esperança aos pequenos investidores que estão comprados. Mas, se olharmos o volume, ele é baixo. O volume é o combustível da tendência. Se ele é pouco, não terá força para manter a tendência.

E, se não entrar nenhum player injetando volume na compra, o teste de demanda foi bem-sucedido.

O mercado está “maduro”.

É seguro para o big player que estava distribuindo e, talvez, até abrindo posições vendidas voltar ao mercado, ainda vendendo, mas, desta vez, agressivamente. Isto é: agredindo as ordens de venda cada vez mais para baixo, com preços cada vez inferiores, consumindo-as sem dificuldades.

Isso provoca um movimento forte de queda, com alto volume e velocidade, chamado Spike.

Spike

Imagine a situação. Diversas posições compradas foram abertas pelos participantes fracos que estavam empolgados, eufóricas com as promessas de ganhos fáceis da bolsa.

Mas agora a bolsa dá uma “porrada” pra baixo. Muitos já estão com um prejuízo grande. Não é fácil ver R$ 100 mil virar R$ 80 mil de uma hora para a outra. Perder R$ 20 mil não é pra qualquer um. O que esses participantes fazem? Vendem! Estão com medo e começando a entrar em pânico.

E quando a oferta aumenta, o que acontece com os preços? Eles caem ainda mais. Quando o mercado começa a entrar nessa mentalidade, o big player para de vender.

Sim. Agora ele começa a comprar, “fazendo o favor” para os desesperados que querem se livrar dos papéis que compraram no topo. E essa tendência continua por um tempo, no embalo, no Spike Channel.

Spike Channel

Agora, os próprios participantes fracos estão alimentando a oferta, em seu desespero, dando liquidez para o big player que está comprando a preços cada vez menores. Novamente, de forma passiva. Podemos dizer que o spike channel pode até se confundir com a nova absorção que está acontecendo. Desta vez, o big player está absorvendo a oferta, durante a queda. Haverá uma nova lateralização no fundo, que desta vez chamaremos de Acumulação, um teste (desta vez um teste de oferta) e um novo spike de alta, repetindo o ciclo, mas no sentido inverso.

Dá para dizer que os pequenos traders e pequenos investidores perdem dinheiro na bolsa porque fazem zigue quando deveriam fazer zague. É incrível como isso se repete historicamente na bolsa.

Aconteceu em 2008, na crise do subprime, aconteceu recentemente na crise do coronavírus e, pode ter certeza, vai acontecer de novo.

Esse ciclo acontece tanto em periodicidades de anos como em periodicidades mais curtas, como nos gráficos intraday, em que vemos os gráficos na casa dos minutos e das horas, por exemplo.


QUANDO OCORRE O TESTE DE DEMANDA?

O Teste de Demanda pode ser observado de duas maneiras.

• Durante a lateralização que caracteriza uma distribuição, no topo do mercado: o big player se retira e pode ser que até ocorra um rompimento dessa lateralização (range) para cima. Isso chama mais compras, pois é aprendido na velha análise técnica que rompimentos para cima indicam continuidade da tendência. Mas, se estivermos observando o volume, veremos que ele é baixo, sem forças para que a tendência se mantenha. Rapidamente o preço volta ao range. Esse fenômeno é conhecido como armadilha de topo

• O range já foi rompido para baixo, iniciando uma tendência de queda e o big player se retira, permitindo que o preço retorne lentamente e com baixo volume, subindo para o range do topo. Mais uma vez, o volume é baixo. E tão logo o preço chegue ao range, dando esperança aos comprados, vai cair novamente talvez com mais força do que no movimento anterior

Então, podemos concluir que o teste de demanda poderá ser visto sempre durante uma lateralização no topo ou até mesmo depois de seu rompimento para baixo, sempre com um volume mais baixo do que nos movimentos anteriores.


COMO IDENTIFICAR UM TESTE DE DEMANDA?

Para identificarmos um Teste de Demanda é fundamental estarmos de olho no volume. Olhando apenas o preço, até podemos estimar que se trata de um teste de demanda, mas estaremos só olhando o movimento que a cotação faz no gráfico. E esse movimento é tão somente o efeito. A causa é o volume. É a causa que dá consistência ao efeito.

Então, pra identificar um Teste de Demanda, precisamos de conceitos e ferramentas adequados que nos deem uma boa leitura do volume.

Precisamos por exemplo, saber identificar um ciclo de mercado clássico:

• Uma alta com grande atividade no volume, que pode indicar a absorção das agressões de compra. É o varejo e pessoas jurídicas de menor porte comprando na euforia e os grandes players oferecendo ativos indefinidamente

• Ao final desse movimento de alta veremos um volume enorme, caracterizando a euforia máxima, quando a oferta atinge seu potencial máximo e a partir da qual se equilibra com a demanda, iniciando uma lateralização em que o big player continua a distribuir seus ativos (distribuição). Essa euforia máxima é marcada por um ou mais candles de alto volume no topo do mercado

• A lateralização que caracteriza a continuidade de distribuição de ativos por parte do big player. O volume é menor, mas a duração dessa lateralização acaba significando, somada, um grande volume de ativos negociados durante um longo período

• A partir de agora podemos ficar de olho em um teste de demanda, em que veremos uma expressiva redução do volume, possivelmente com uma armadilha de topo (rompimento do range para cima) ou pelo retorno do preço ao range do topo depois de uma queda (mas com baixo volume)

• Depois do teste de demanda ocorre um spike


QUAL A IMPORTÂNCIA DO TESTE DE DEMANDA PARA OS GRANDES TRADERS?

Se eu sou um big player que vendi meus ativos e até mesmo abri posições de venda descoberta, na hora em que quero fazer um esforço cirúrgico para empurrar os preços para baixo, não quero que um outro player de mesmo porte ou maior entre no sentido contrário.

Se, quando eu passar a vender agressivamente para dar o spike de queda, esse competidor começar a operar no sentido oposto, vou queimar cartuchos e, além de tudo, estarei dando liquidez para um adversário interessado na alta.

Como no Teste de Demanda a liquidez cai, é fácil para qualquer participante de certo porte levar o mercado para qualquer direção que queira. É uma oportunidade. Se esse participante não surgir, isso significa que está na hora de começar a vender agressivamente e provocar o “estouro da boiada”.


COMO GANHAR COMO O TESTE DE DEMANDA?

Nem eu nem você somos big players. Aliás, quando usamos o termo big players ou investidores institucionais estamos nos referindo a grandes corporações que juntas têm quase metade do capital mundial.

Mesmo se todas as pessoas físicas da bolsa se juntassem com os fundos de investimento, não teriam a mesma quantidade de recursos.

Mas, como pequenos investidores e traders, é nosso trabalho identificar o Teste de Demanda e as outras fases do ciclo de mercado como uma oportunidade de lucro. Não temos como dizer com certeza para que lado o preço vai depois de um Teste de Demanda. Mas temos uma grande probabilidade de que o preço, sim, despenque. Isso nos dá uma maior possibilidade de acertar nos trades e investimentos.

Tão logo identifiquemos um, através das características elencadas neste texto, podemos aguardar e observar através das ferramentas de fluxo e volume do Raio X Preditivo para escolher o lado que, provavelmente, é o vencedor, mas com uma probabilidade alta de acerto.


CONHEÇA O RAIO X PREDITIVO

O Raio X Preditivo foi sistematizado depois de quase 30 anos de experiência do trader Luiz Sato no mercado financeiro a partir dos conceitos da Nova Análise Técnica, que prioriza a leitura do volume em seus estudos. Os conceitos são aplicados diretamente no gráfico, na prática e de forma simples e intuitiva a partir de ferramentas, os indicadores Sato’s.

As fases do Ciclo do Mercado, como o Teste de Demanda, são lidos à luz da interpretação do volume de negócios de um ativo.

O Raio X Preditivo considera que o volume é a causa e o movimento de preço é o mero efeito. Ora, para nos anteciparmos aos efeitos, precisamos ler os sinas que as causas (o volume) nos dão.

Dessa forma, também podemos dizer que o Raio X Preditivo também é o estudo da atuação dos big players do mercado, visto que essas corporações são responsáveis por 80% ou mais do volume de negócios nos mercados mundiais.

Desse modo, o trader pessoa física tem condições de encontrar esses parceiros fortes em diferentes níveis de preço. Assim, o trader pode fazer suas negociações em áreas seguras de trade location. Áreas de trade location são aquelas com satisfatória assimetria de risco. O que é isso: zonas e momentos do preço em que, se entrarmos em uma operação perdemos pouco se errarmos e ganhamos muito se acertamos.

CONCLUSÃO

O Teste de Demanda é uma das cinco fases do Ciclo de Mercado. Isto é, faz parte de um todo maior. O próprio Ciclo de Mercado é apenas um dos conceitos estudados pelo Raio X Preditivo. Ou seja, o que você aprendeu agora é apenas uma pequena parte de um todo muito maior.

Outra característica importante do Raio X Preditivo é dar ao trader autonomia de leitura de mercado. Ele não conta com “indicadores mágicos”, como médias móveis que “dão entradas” quando uma linha cruza a outra em alguma direção qualquer. Os indicadores do Raio X Preditivo não pegam o trader pela mão. O trader aprende a ler por conta própria o contexto de um ativo da bolsa.

Desse modo, o trader se torna mais responsável e ativo quanto a seus trades, sabendo exatamente porque entrou ou deixou de entrar em uma operação.


Escrito por Luiz Sato

Segundo Sato sua missão é transmitir conhecimento avançado aos traders brasileiros para aplicarem as metodologias e as ferramentas disponibilizadas ao seus alunos aumentando as probabilidades de ganhos nos mercados que são altamente competitivos e dominados principalmente pelos HFT´s (Robôs de alta frequência).

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